sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Natal

Prezados leitores, estamos encerrando mais um ano e gostaríamos de agradecer sua visita frequente ao nosso blog. Nosso maior objetivo foi e continuará sendo a oferta de mais um veículo de informação sobre o Karatê. Estaremos de volta novamente em 2013 - até lá! OSSSS

domingo, 16 de dezembro de 2012

Novas Regras para as Competições de Kata em 2013

Durante o Mundial de Paris, foram aprovadas as mudanças nas regras das competições de Kata. Tivemos oportunidade de tomar conhecimento dessas mudanças em primeiríssima mão em Paris mas já havíamos noticiado que elas iriam acontecer durante o ano de 2012.
O foco principal das mudanças foi o fim dos "Shitei Katas" mas não é simplesmente um fim em sim, trata-se sim de mais um marco na história e desenvolvimento do Karatê pois é o princípio do reconhecimento de outros estilos. Já diz o regulamento em itens do Artigo 3: "Qualquer Kata de karatê tradicional poderá ser realizado exceto utilizando-se armas (kobudô)" e "Variações ensinadas nas diversas escolas de Karatê serão permitidas". Isto acaba com as "propriedades" nas formas, com virtuais supremacias de estilo ou com todo o qualquer corrente que se julgue mais representativa em detrimento de outras. Na Europa pormenorizar estilo já é considerado algo ultrapassado há tempos, por lá não se diz há tempos coisas como: "eu treino wadoryu"... "eu treino shotokan"... todos treinam KARATÊ com características de linhagens que apenas definem valências psicofísicas específicas.
Agora, a WKF deu um importante passo à frente. O Mundial de Paris foi o último a utilizar o regulamento com obrigatoriedade de apresentação dos Shitei Katas.
A partir de Janeiro de 2013 está vigendo o novo regulamento que estaremos disponibilizando à todos os interessados por e-mail, basta solicitar para ecapinski@fast.com.br. Durante a semana disponibilizaremos arquivo para download.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mundial de Paris - Parte 4 - O olhar da objetiva

Foi muito gratificante para nós termos no Mundial de Paris a presença ilustre de um expoente do nosso Karatê, tendo sido atleta e técnico da Seleção Brasileira, lá estava agora Geraldo de Paula presente mais uma vez, mas dessa vez sem as luvas nas mãos e sim com sua câmera fotográfica. Como correspondente da Agência Estado, Geraldo de Paula fez seus ippons mais uma vez... na forma de flagrantes fotográficos...


Nosso medalhista de prata Douglas Brose em flagrante

Outro flagrante da categoria feminina na lente de Geraldo

E chegou a minha vez... 

Geraldo na minha lente concentrando...

Geraldo na minha lente aquecendo...

Geraldo na minha lente fazendo seus ippons....



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Mundial de Paris - Parte 3 - COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL


Membros do COI - Comitê Olímpico Internacional Sr. Michael Fennell e Sr. Pierre Fratter-Bardy, estiveram em Paris durante todo o Mundial 2012 para avaliar o Karatê e acompanhar as atividades da Comissão Executiva da WKF, dentre as quais a aprovação das novas regras para o Kata, as quais em breve comentaremos e algumas alterações estatutárias.
Esta presença certamente trará muitos benefícios olímpicos para o Karatê pois as impressões causadas foram as melhores. Especialistas entendem que este mundial foi o "divisor de águas" para a sedimentação do nosso esporte dentro do sistema olímpico.
Antonio Espinos ao centro ladeado pelos representantes do COI, Sr. Fennell à
esquerda na foto e Sr. Fratter-Bardy à direita na foto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Mundial de Paris - Parte 2

A organização do Mundial de Karatê de Paris 2012 foi primorosa, resultado de PLANEJAMENTO. Quem não planeja com antecedência não consegue antever problemas, preparar soluções, superar imprevistos e a ausência de planejamento dilui toda a qualidade que poderia ser apresentada.
Não se pode fazer por fazer, temos que aprender a fazer para sermos os melhores, essa é a síntese do pensamento Francês.
Desde 2010 faço um intercâmbio anual com a França, isso me trouxe uma bagagem técnica e uma forma de ver as coisas completamente diferente de tudo que "armazenei" em mais de 30 anos de prática de Karatê. Quando estive treinando por lá em 2011 pude constatar que já estava tudo pronto para o mundial que aconteceria em 2012. Me foi apresentado todo o planejamento e passado um ano e meio, tudo correu da forma como eles esperavam.

INSEP - Instuto do Esporte - Um dos maiores centros de pesquisa e preparação desportiva do mundo

Camisas para os árbitros - prontas um ano antes

Costumes para os árbitros - preparados um ano antes

Os franceses são os titulares absolutos do time da antecedência, mas é inegável que sua forma de proceder os torna perfeitos na hora de organizar algo, por aqui, infelizmente, o que vemos são campeonatos acontecendo porque têm que acontecer, porque estão no calendário, porque é "de costume".
Definitivamente não é assim que se faz, precisamos agregar qualidade à tudo que fazemos e para isso precisamos aprender a, fundamentalmente, ouvir todos os participantes, pois quem faz presta um serviço e os "clientes" (atletas, técnicos e dirigentes) têm o direito a receber um serviço com qualidade e eficiência.

Visita na FFKDA em 2011 para constatar que já "estava tudo pronto"

Claro que diante de tudo isso, Monsieur Francis Didier - Presidente da Federação Francesa de Karatê está se tornando quase que um "natural sucessor" de Antonio Espinos, atual presidente da WKF cujo mandato está entrando em fase final.
Monsieur Didier é uma pessoa agradável, muito ativa e altamente capacitada para a função que exerce. Aí reside outro fator primordial que realmente faz a diferença - CAPACITAÇÃO, quesito que supera a vontade de ser e fazer pois dá à essa vontade de fazer as nuances necessárias para obtenção de eficiência nos resultados.
Presidente da Federação Francesa de Karatê "vestindo" a camisa do nosso clube de Karatê

Claro que diante de toda essa eficiência de gestão o nome de Francis Didier para presidir a WKF vem se consolidando naturalmente e isso será muito bom para nós por aqui, pois temos a simpatia do mesmo e principalmente, acesso ao mesmo, o que poderá nos ajudar a escrever uma história diferente para o Karatê.
"Escrever uma história diferente" foi exatamente o que esse mundial fez, a organização, volume de atividades, mais de 1000 atletas participantes e Bercy lotado fizeram toda a diferença para que o Comitê Olimpico Internacional (cujos representantes estavam presentes em todos os dias do mundial) visse no Karatê uma nova força desportiva para o "olimpismo", afastando de vez a dúvida que "mais uma luta" não seria bom para se somar aos esportes olímpicos. SIM - o Karatê passou no teste, provou que tem difusão no mundo todo, que tem uma organização impecável e que as regras vigentes privilegiam a desportividade em detrimento da simples agressão. SIM - agora somos olímpicos e estaremos presentes como esporte de demonstração apto a integrar em definitivo o programa olimpico depois das próximas olimpíadas que acontecerão aqui no Brasil. Voilá.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Mundial de Paris - Parte 1

Pretendemos passar por este canal, gradativamente, algumas impressões do Mundial de Karatê de Paris que aconteceu no final de Novembro.
Primeiramente dizer que foi um privilégio participar da maior festa do mundo do Karatê faz-se necessário pois é realmente um privilégio para poucos e talvez resida neste "privilégio de poucos" um dos grandes problemas do Karatê no Brasil, pois a inacessibilidade à informações e ao que realmente é tendência para o Karatê faz com que o desenvolvimento da modalidade no Brasil seja muito precário.
É nos mundiais da WKF que são apresentadas as novidades, onde temos contato com pessoas, conteúdos e materiais que encabeçam a vanguarda do Karatê.
Sendo este nosso terceiro mundial (Tóquio, Belgrado e agora Paris), pudemos desta vez ter bons parâmetros de comparação do desenvolvimento do Karatê nestes últimos seis anos e constatar que por aqui  nós professores, técnicos, dirigentes e nossos atletas têm muito que aprender.
Primeiramente vamos abordar a questão organizacional, afinal, tudo que aconteceu em Paris foi primoroso e já estava tudo pronto há mais de um ano quando lá estivemos.
Cerimônia de Abertura do Mundial

Desfile das Delegações

Cerimônia de Abertura

Convidados da Federação Francesa de Karatê tivemos um privilégio muito grande de acessibilidade às informações e ao planejamento do evento. Tudo aconteceu exatamente como previsto. Daí vem a primeira lição - planejamento - no Brasil os eventos não têm planejamento, apenas acontecem. 
Na questão da preparação também tivemos acesso aos treinamentos de algumas seleções (principalmente a francesa - grande vitoriosa no evento). Vimos também que o forte nesse quesito é formação dos técnicos aliada à estrutura. Entenda-se estrutura como uma série de fatores externos que possibilitam qualidade de treinamento, desenvolvimento e disponibilidade para se desenvolver, outra coisa difícil de acontecer por aqui. Os técnicos são todos muito bem preparados, tanto no quesito da formação pessoal quanto no da formação profissional e permanente reciclagem, outra coisa distante da nossa realidade também.
Bunkai da Seleção Feminina da França

Nesse contexto de planejamento e estrutura somando-se à qualidade técnica de professores e atletas o resultado só poderia ser um (no caso dos países bem desenvolvidos) - um karatê de alto nível demonstrado principalmente pelo preparo psicológico, físico e foco dos atletas. Desse contexto é que surgem as novidades, novas técnicas e novos golpes (a exemplo do "chute do escorpião" que surgiu em Tóquio-2008). Isto tudo se reflete na arbitragem que vem igualmente se desenvolvendo e se adaptando nestes últimos 3 mundiais de certa forma até independente ao prescrito nos regulamento. 
Desfile da Delegação Brasileira em Paris

Aí reside outro grande problema para nós. Quando muito nossos "melhores árbitros" conseguem "seguir o regulamento" de forma mecânica sem sequer ter ideia das tendências mundiais e são estas "tendências" que fazem a arbitragem praticar ações muito diferentes das praticadas por aqui e aí há sérios reflexos no desempenho dos nossos atletas. Ano passado fizemos curso de arbitragem no exterior, mesmo sendo árbitro por aqui há mais de 10 anos, ficamos de certa forma chocados, recebemos material, aulas em vídeo e lâminas para datashow com a finalidade da difusão das novas regras da WKF, passado um ano da implementação do novo regulamento o regulamento ainda é o mesmo mas a tendência já é outra, por exemplo, há internacionalmente uma tendência muito grande a uma tolerância extrema com os agarramentos para derrubadas pois o principal golpe para a pontuação de ippon passou a ser a projeção ao solo e aplicação de técnica subsequente e não mais os chutes jodan (que igualmente pontuam com ippon mas em ocorrências menores se comparados com as projeções ao solo). E por aí vai, "o caminho" está mudando, é flexível e precisamos ser flexíveis como ele, caso contrário esta nossa rigidez será a responsável por um distanciamento tão grande do alto nível internacional trazendo consequências severas ao nosso desenvolvimento.

Comemoração da vitória da Equipe Masculina da França com muita dança - Karatê para ser Feliz

Em Paris havia alguns dirigentes do Karatê nacional e talvez uma boa alternativa seja proporcionar à estes meios para a transmissão do que vivenciaram pois caso contrário permaneceremos isolados mantendo nosso "exército de atletas" preparados para batalhas "nacionais", "sulamericanas" e "panamericanas" que por suas limitações técnicas ficam muito aquém do karatê praticado no resto do mundo, principalmente na Europa.